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quinta-feira, agosto 28, 2003

 
Estar com os sonhos


Estou lúcido, e não quero estar tão lúcido, como estou agora... Como horrívelmente estou agora, mas logo, assim não será mais.

Sinto vontade de escrever mas não consigo - não com a devida intensidade que o momento exige -

Estou prestes a cair em minha cama, sepulcral... e nela ajuntar todos os sonhos, e reuní-los tal qual para uma grandiosa confraternização, onde beberemos algo doce e falaremos tolices como se fossemos as pessoas ou os seres imaginários mais importantes do mundo - ao menos do nosso mundo, particular, mas que já foi mais abrangente -

A lucidez não tardará em ir embora, e assim, deixar-me como um corpo flutuando no berço aquecido ou gélido de uma cama - não saberei mais distinguir a temperatura do outro lado -

Eu e meus sonhos, olhando-nos como velhos amigos, nostálgicos de algo que nem mesmo foi...
O que parece, no entanto, é que mesmo não sendo, existimos e isso talvez tenha sido suficiente...

Passando por tudo isso, observando, meus sonhos sorriem, tristes, sorrisos tristes.

Sinto uma mão em meu ombro que me aponta ao longe, a ampulheta da vida, se esgotando... mais e mais.
Percebo que isto tudo é uma brevidade, e meus sonhos olham esperançosos para mim, como que dizendo:
"Partiremos enfim?"

Eu apenas penso comigo... refletindo tudo até agora... e no meu olhar se ouve:
"Estamos cansados amigos, mas não deveria ter sido tão breve..."

E o relâmpago inconsciente de nossas memórias arrasta-nos para longe... longe de toda essa incompreenssão, longe... além do que chamam de depressão, solidão, e todas as tolices mais que o homem inventou por não conseguir compreender plenitude nenhuma, nem mesmo, a de sua tristeza e muito menos a de seus sonhos.

"Sonhos! Amigos! Estamos em casa outra vez... " - mesmo com um leve pesar no tom da voz -

E ofereço à todos eles um sorriso doce, com o qual se abraçam, choram e sorriem... ao mesmo tempo. Em um lugar onde o tempo, apenas observa, solene, como um pai observa os filhos em um parque antigo, em uma praça antiga... Onde o que menos importa é se o Sol está brilhando ou não.

iCe-bLuE

iCe publicou este post as 22:33




 
Recortes...

"[...] Abram-me todas as portas!
Por força que hei de passar!
Minha senha? Walt Whitman!
Mas não dou senha nenhuma...
Passo sem explicações...
Se for preciso meto dentro as portas....
Sim - eu, franzino e civilizado, meto dentro as portas,
Porque neste momento não sou franzino nem civilizado,
Sou EU, um universo pensante de carne e osso, querendo passar,
E que há de passar por força, porque quando quero passar sou Deus!

Tirem esse lixo da minha frente!
Metam-me em gavetas essas emoções!
Daqui pra fora, políticos, literatos,
Comerciantes pacatos, polícia, meretrizes, souteneurs,
Tudo isso é a letra que mata, não o espírito que dá a vida.
O espírito que dá a vida neste momento sou EU!

Que nenhum filho da... se me atravesse o caminho!
O meu caminho é pelo infinito fora até chegar ao fim!
Se sou capaz de chegar ao fim ou não, não é contigo,
É comigo, com Deus, com o sentido-eu da palavra Infinito...[...]"

ÁLVARO DE CAMPOS
"Saudação à Walt Whitman" [11.06.1915]



#Notas sobre o recorte:

- O recorte trata-se de um breve trecho de um poema extenso, intitulado logo abaixo do texto, como podem notar.

- Para esclarecer, quem ainda não saiba, Álvaro de Campos é um heterônimo criado por Fernando Pessoa. Heterônimos são mais do que pseudônimos, são uma complexidade de vida, de estilo, de história, quando criados por uma mente brilhante como a de Pessoa, ficam ainda mais complexos e belos.

- Finalizando, este trecho do poema de Álvaro de Campos, serve para todos aqueles que acham... ou que podem vir a se achar no direito... de críticar levianamente qualquer texto que eu coloque aqui. Pense bem antes disso, afinal, a levianidade quando não está arraigada na mesmice, está pelo menos tentanto estabelecer raízes dessa maneira... pobre, de ver a vida.

Quem ler - e assim achar que deve - entenda.

É como se eu tivesse traçado uma postura para esse site, com base neste maravilhoso trecho de poema, e na verdade, é justamente isso.

Uma postura de minha parte para o site!

Que assim seja então...pelo menos enquanto durar.


iCe publicou este post as 18:31



terça-feira, agosto 26, 2003

 
Problemas técnicos foram solucionados...

O meu grande amigo Jafar, solucionou, nesta tarde, o problema dos comentários que estavam com "preguiça" de contarem quantos eram, e assim, deixar divulgado, caso novos deles surgissem. *risos*.

Agora, poderemos conferir, sempre que possível, se alguém respondeu aquele nosso comentário feito em determinado post, apenas observando se o número de comentários aumentou. Ou então, poderemos ver comentários novos, sabendo que eles estão lá, e não adivinhando-os, como tivemos que fazer, por um tempo.

Jafar, novamente, meus agradecimentos.

iCe publicou este post as 16:17




 
Como foi prometido, caso fosse solicitado, eis a tradução...

Um noturno sobre o dia de Sta. Lúcia, sendo o dia mais curto.

É a meia-noite do ano, e também a do dia
De Lúcia, que só por escassas sete horas se desmascara,
O Sol se esgotou, e agora os seus frascos
Irradiam chispas de luz, nunca raios constantes;
A seiva do mundo inteiro se esvaiu;
O bálsamo universal a terra hidrópica sugou,
Para onde, como para os pés da cama, a vida se recolhe,
Morta e enterrada; no entanto, tudo isso parece rir,
Comparado a mim, que sou o seu Epitáfio.

Observem-me bem, pois, vocês que serão amantes
No próximo mundo, ou melhor, na próxima Primavera:
Pois sou tudo o que existe de morto,
Em quem o amor forjou nova Alquimia.
Pois sua arte consegue extrair
Uma quintessência até do nada,
De privações aborrecidas e do vazio escasso:
Ele me arruinou e fui recriado
De ausência, escuridão, morte; coisas que não são.

Todos os outros, de todas as coisas, tiram tudo o que é bom,
Vida, alma, forma, espírito, por isso os têm em seu ser;
Eu, por obra do alambique do amor, sou o túmulo
De tudo, o que é nada. Muitas vezes nós dois
Choramos dilúvios de lágrimas, e assim
Afogamos o mundo inteiro, nós dois; muitas vezes
Transformamo-nos em dois Caos, quando mostramos
Interesse por outras coisas; e muitas vezes as ausências
Arrastaram nossas almas, e fizeram de nós duas carcaças.

Mas com a morte dela, (palavra que não lhe faz jus)
Sou, do primeiro nada, o Elixir desenvolvido;
Fosse eu um homem, que é isso que eu sou
Eu precisaria saber: seria capaz de escolher,
Se um animal eu fosse,
Meios e fins; Mesmo plantas, mesmo pedras odeiam
E amam; Tudo, tudo investe alguma propriedade;
Se eu fosse um nada comum, como uma sombra,
Uma luz e um corpo em algum lugar haveriam de estar.

Mas não sou Nada disso; e nem o meu Sol se renovará.
Vocês amantes, pelo bem de quem o sol menor
Entra nessa época na casa da Cabra
Para buscar nova luxúria e dá-la a vocês,
Aproveitem, todos, o seu verão;
Já que ela goza os festejos da sua noite longa,
Que eu me prepare para ela, e que dedique
Essa hora à sua Vigília e a sua Véspera, já que esta
É a meia-noite profunda do ano e do dia.

JOHN DONNE

Tradução: Sonia Moreira


Obs:
Caso interesse à alguém uma breve análise desse poema de Donne, manifestem-se, e eu procurarei estar atendendo ao pedido, buscando por uma análise interessante, de um bom crítico literário, para nossa própria apreciação.
Assim, possamos todos apreciar um pouco mais além o poema, do que em sua face crua e distante, que ao menos quem não conhece a história da vida de J.Donne, poderá percebê-lo dessa forma.
Mas interpretações, mesmo distantes, são interpretações válidas e importantes, porque não? Constróem significados, e mudam realidades, internas ou externas, seja como for.

abraços.

iCe publicou este post as 15:53




 
Problemas técnicos

Pessoal...

Estou com problemas com os "comments", comentários, eles não estão contando quantos comentários há em cada post, pelo menos aqui em meu navegador (IE 5.5).

Portanto, espero que vocês abram os "Adicione um comentário" de posts antigos, pois respondí algumas coisas, e não aparece que foi alterado, mas se você abrir estará o texto lá.

Continuem comentando, receberei comentários da melhor maneira possível, e tentarei responder a todos, nos próprios "comments".
Em breve espero ter solucionado este problema... enquanto isso, eu fico clicando em todos os posts para ver sempre se há algo de novo, têm sido divertido porém cansativo, para mim ao menos.

Abraços.

iCe publicou este post as 00:17




 
Akasha, alguém que comenta aqui...

Minha cara Akasha,

Suas interpretações do texto em parte foram impertinentes...por favor, atribuir à minha pessoa o ato de construír "redomas ao meu redor" - pleonasmo - ? Com base nesse texto? ...
Há uma esfera em todos, uma esfera que nos define como subjetivos, pois havía de ter algo para balisar o subjetivo (o exterior balisa o interior), o interior, me referí ao interior como sendo uma esfera, apenas isso.
Todos - até o momento eu acredito - têm sua esfera interior, de repente até mesmo os cães têm, e não consigam transmití-la, de maneira coordenada e simbólicamente complexa como a nossa.
Os cães têm sua própria esfera talvez, que lhes faz assumir a posição de "ser cão", "ser animal", ser identificado e categorizado como algo que possa ser discernido, com características comuns à toda uma espécie, dita "cães".

Redoma nenhuma eu construo. Redomas exístem naqueles filmes de "ficção científica", onde colonizam Marte ou plutão *risos!*, e então fazem uma redoma, para manter o oxigênio concentrado para que possa haver possibilidade de habitar alí de maneira um pouco mais "solta". *risos!*.

Não consigo crêr que identifique dessa maneira, "construír redomas", isso foi rótulo demais e isso não me interessa, seria uma maneira diminutiva de me observar.

Perguntou se eu não estava construíndo quando me dou a liberdade de desconstruir-me.
Isso foi óbvio, quem destrói algo, constrói o que não havia até então, por consequência. Mas eu focalizei o outro aspecto concomitante apenas, acho que essa foi uma pergunta que não tinha razão de ser, mas se foi para conferir se eu sabia do que estava falando, então... concedo à pergunta algo de pertinente, mas se for assim, serei eu questionado o tempo todo aqui? *risos!*

Questionem a sí mesmos quando leêm o que está aqui, o trabalho de refletir que eu faço, está escrito, má interpretação do que eu digo póde acontecer, mas será que não daria para ser um pouquinho mais sútil ? - estou usando de eufemismo será? - Me sinto um tolo quando respondo questionamentos um tanto quanto retóricos, óbvios, e eu já expliquei porque eles o são... acima.

Mas Akasha, eu iria mais longe no diálogo contigo, caso não pairasse sobre minha mente a idéia de quem você seja de fato.
Se for quem eu estou pensando, chegue até minha pessoa e diga-me. Do contrário, dificilmente continuarei a comentar suas idéias a meu respeito.

Caso a sombra de dúvida passe, no caso, sejas de fato uma pessoa alheia ao meu convívio, ou então que revele-se quem eu estou pensando que é...aí então comentarei com mais zelo o que disser, se assim achar que devo proceder.

De qualquer outra forma, manterei minha posição, irredutível.

Para finalizar, outro erro de interpretação, e no caso caiu em um rótulo de uma suposta sinceridade.
Você leu a frase e a julgou de uma maneira que parece que eu afirmo, mas se você ler com mais atenção, verás que a dúvida nunca abandonou a frase, apesar do "até então". Verifique por si própria.

Mas você disse isso e agora paira a dúvida no ar mais intensa ainda. Meu objetivo, não foi a pessoa pensar que eu estaria sendo sincero naquele momento não viu?

Será que eu teria sído sincero?

No final do seu comentário parece que você compreendou o sentido da dúvida, sobre a sinceridade ou não ter sido alcançada. Mas ficou paradoxal, não sei se essa foi a sua intenção, ficou uma contradição.

Revele-se, não gosto de comentar com pessoas próximas demais, que de repente precisariam usar outra máscara para falar comigo. Isso não foi uma afirmação arbitrária, é questão de princípios meus.

Essa "regra" acima não vale para quem realmente não convive em lugar nenhum comigo.

Sendo totalmente desconhecida, ou conhecida, lógicamente, e em alguns casos parcialmente, porém suspeitosamente conhecida? No, thanks ! Sejamos transparentes, quando assim podemos ser...

Mas caso minhas suspeitas se confirmem, não houve oportunidade para que você venha me dizer que é Akasha, pois não nos encontramos mais, mas isso será resolvido não é?
De qualquer outro modo eu estaria sendo injusto com você.
Digo que estaria sendo injusto, pois não há obrigação da sua parte de expôr-se na internet, mas como já disse, se for quem eu penso faltou oportunidade.

Se houver que ser esclarecido, será...
De qualquer modo, tudo isso passará...brevemente.

Pessoas realmente desconhecidas, atentem para o que eu digo, comentem à vontade.
Pessoas conhecidas, façam-me saber que estão lendo meu blog, por favor, hehe. Pessoas desconhecidas, um dia podemos vir a nos conhecer, o Tempo, que é Guardião dos Acontecimentos, o sabe.

Sem mais...

.

iCe publicou este post as 00:03



domingo, agosto 24, 2003

 
Recortes

A nocturnall upon S. Lucies day, being The shortest day.

Tis the yeares midnight, and it is the dayes
Lucies, who scarce seaven houres herself unmaskes,
The Sunne is spent, and now his flasks
Send forth light squibs, no constant rayes;
The worlds whole sap is sunke
The generall balmeth'hydroptique earth hath drunk
Wither, as to the beds-feet, life is shrunke,
Dead and enterr'd ; yet akk these seeme to laugh,
Compar'd with mee, who am their Epitaph.

Study me then, you who shall lovers bee
At the next world, that is, at the next Spring:
For I am every dead thing,
In Whom love wrought new Alchimie.
For his art did expresse
A Quintessence even from nothingnesse,
From dull privations, and leane emptinesse:
He ruin'd mee, and I am re-begot
Of absence, darknesse , death; things wich are not.

All others, from all things, draw all that's good,
Life, soule, forme, spirit, whence they beeing have;
I, by loves limbecke, am the grave
Of all, that's nothing. Oft a flood.
Have wee two wept, and so
Drownd the whole world, us two; oft did we grow
To be Chaosses, when we did show
Care to ought else; and often absences
Withdrew our soules, and made us carcasses.

But I am by her death, (wich words wrong her)
Of the first nothing, the Elixer grow;
Were I am a man, that I were one,
I needs must know: I should preferre,
If I were any beast,
Some ends, some means; Yea plants, yea stone detest,
And love; All, all some properties invest;
If I an ordinary nothing were,
As shadow, a light, and body must be here.

But I am None; nor will my sunne renew.
You lovers, for whose sake, the lesser Sunne
At this time to the Goat is runne
To fetch new lust, and give it to you,
Enjoy your summer all:
Since shee enjoys her long nights festivall,
Let mee prepare towards her, and let mee call
this houre her Vigill, and her Eve, since this
Both the yeares, and the dayes deep midnight is.

JOHN DONNE


- Notas sobre o poema (as notas, óbviamente, são de minha autoria):

Como você por certo observa ao longo do texto, o inglês utilizado é o britânico e extremamente erudito, além do que, segundo Helen Gardner, este poema provalmente deve ter sido escrito logo após 1607 (segundo estudiosos), época esta, em que a língua inglesa ainda não havia sido padronizada devidamente.Para que isso ocorra é necessário um procedimento adequado na elaboração de um dicionário, que se dará somente em 1755, quando o Dr. Samuel Johnson publicará seu Dicionário da língua Inglesa.

Eu estou me dando o trabalho de explicar tudo isso pois, não gostaria de que pessoas "entendidas" em inglês viessem reclamar de palavras contidas no texto de maneira supostamente errada (um absurdo, pois é apenas rebuscada e antiga, das primícias da linguagem inglesa).

Palavras como "mee" (com dois "E"), apenas como exemplo, e até mesmo nocturnall, com duas letras "L" em seu final, todos esses exemplos são e sempre serão as primícias da língua inglesa, porém com a padronização posterior, cairam em desuso. Há algumas expressões e palavras mais, que você não encontrará no inglês atual ou então no inglês não-erudito, e John Donne antes de tudo, era um erudito em sua máxima essência.

Agradeço ao suporte dado por Andrew Moore, o qual obtive contato através de pesquisas sobre a poesia de DONNE.

Dedico este poema, não pela sua mensagem, pela sua significação enquanto poema, mas pela beleza de poder aprender sempre mais, à minha professora de língua inglesa, com a qual eu conversei sobre estas minhas "descobertas" e que também se interessou sobre o assunto naquele momento. Teacher, grande abraço.

Também quero dedicar este poema à todo o pessoal da WIZARD IDIOMAS, unidade de Brusque, aos quais sou muito grato pelo carinho e atenção dispensados à minha pessoa sempre que compareço às aulas, e até mesmo por telefone! *risos*.

E você que leu o poema, teve alguma dificuldade com o inglês rebuscado, ou então deseja a tradução dele publicada aqui neste site... manifeste-se nos comments (Adicione um comentário) e eu terei o maior prazer de fazê-lo, pelo simples fato de partilhar conhecimento com quem deseja realmente tê-lo em sí, em sua essência mais íntima, em sua essência descompromissada de qualquer entidade egoísta e mesquinha de ser, de ser humano.

Um grande abraço.

iCe publicou este post as 10:51



quarta-feira, agosto 20, 2003

 
Info

Apenas para esclarecer, caso não esteja tão explícito, como eu acho que está;
Os posts que estiverem com o título (negrito) "Recortes", são como citações
que faço de alguns autores, e têm seus nomes devidamente colocados após o
texto, em letras capitais geralmente. Pode parecer óbvio, mas apenas como lembrete, tolo lembrete, mas um lembrete em si.


iCe publicou este post as 22:42




 
Escrevo reflexos

Vou começar a escrever... - já comecei... - estou acanhado, sem-jeito, em uma finitude de atitude, que resulta em um embaraço para escrever. Uma infiníta constelação de pensamentos, que por capricho do destino, do ser, do ser e estar nessa condição, condição de ter algo que não existe - acho que já me vi assim...tríste -.

Mesmo com a vida esmagada entre a razão do sofrer e o porquê da busca, da busca de viver, estou aqui escrevendo a sensação. Escrever a sensação está sendo portar-se como um tolo, que pensa, que pensa que o que é etéreo poderia adquirir corpo e solução consistente.

E vejam só, há uma série de planos na estante, mas não tenho estante... então os guardo por aqui mesmo, por aqui longe, longe do que pode ser feito... de imediato. E há tantos que questionam, e há tantos que se quer sabem porque questionam ou a força que os move, de repente, como controle automático.
[ Não que esteja eu afirmando que o saiba, mas apenas que a angústia não difere, as reações sim, estas diferem e não há mais mérito em uma do que em outra, pois ainda não - e talvez nunca haverá - um paradigma que nos condene por esta aflição do poder]

Há uma força? Ou há uma Força? Perguntam-se... Estou com sono, e nisso tudo, talvez durma. Em todos a confusão, em todos há a confusão de fazer algo, mas não saber em plenitude alguma - se é que há tipos diferentes de plenitude, se fosse uma aposta, jogaria minhas fichas que não... - se está fazendo isso por instinto ou por qualquer outra coisa que seja o oposto, semelhante porém desigual, análogo ou qualquer outro nome conceitual, que se possa atribuir à causa.

Mas eu falei algo desconexo? Estou com sono mesmo... dormir pode ser a resposta de tudo isso, quem o sabe? Para quem citou os questionadores, estou sendo questionador demais, e às vezes dou risadas disso tudo, mas muitas vezes eu paro, eu paro e fico assim, girando dentro de minha esfera, sentindo que nem tudo me interessa lá fora, mas há também muitos espectros desagradáveis vagando, errantes, aqui dentro.

Tem horas, tem dias, tem "eras" aqui dentro, em que eu gostaria de ser mais sincero do que sou, até mesmo do que eu nunca tenha sido até então. Porém, há alguns espectros bons de minha pessoa, que vagam por perto e dentro, e no infinito dessa escuridão, que me impedem. Mesmo que no momento, eu me veja em uma finitude do meu ser - posso vir a discordar disso mais tarde, sobre a tal finitude do meu ser -, sou levado a crer que está difícil acreditar, está cada vez mais pesado estar por aqui.

Eu fico olhando esse meu texto, ao qual escrevo óbviamente, lógicamente, - pleonasmo ou não, mas sentí vontade de ressaltar, e minha vontade me basta - e fico observando-o de longe, como se não fosse meu.
Sentindo-o abstrato, e pasmem, abstrato com e da razão que me rege, que me tira a sanidade e que me joga em um quarto profundo, escuro, ao qual somente meus espectros me distraem. É o texto da descontrução, da abstração do ser, da finitude/infinitude de existir.

Carrego comigo um punhado de lógicas regradas de justiça, e uma incerteza do que realmente isso significa, e até mesmo para quê servirá um dia.

Eu sei, há tristeza em todo canto... sempre haverá, até que um dia ela nos baste, até o momento estamos assim... insaciáveis de angústia, e não por estar blefando, o ser humano, um ser que existe, é insaciável de angústia e desespero enquanto vive, enquanto o sol reflete em suas retinas as cores do mundo todo e até do mais cinzento lugar...
O homem desesperado e angústiado vive, e quando não mais houver a angústia, talvez não haverá mais o homem, pelo simples processo de existir...e se angústiar por isso.

iCe publicou este post as 17:03