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segunda-feira, outubro 06, 2003

 
Esse dia... Domingo.

Tem alguns dias da sua vida que você sabe que serão complicados.
Bom, eu pelo menos sei que o Domingo, - não todo o Domingo, apenas a partir da tarde pro seu fim e noite - o Domingo mesmo meus caros, é terrívelmente impiedoso comigo.

O Domingo, essa figura doce e distinta da semana, que todos nós que possuímos conhecimento do sistema organizador do nosso tempo, rezamos que há um Domingo em cada semana. Eu ainda acho melhor que seja só um mesmo, porque não me imaginaria vivendo dois domingos instituídos oficialmente por semana, seria o caos da minha alma. Mas vivo muitos domingos mesmo assim...

Esse Domingo afável revela-se cruel logo após sua primeira metade, pois ele preocupa-se em fazer certa cerimônia de seus requintes de tortura mental visto que há um certo ar metódico em tudo quanto se qualifica "Domingo".

Eu já estou achando que o lado nefasto do domingo está evoluindo também, pois percebo-me em um "Domingo" muitas vezes quando o calendário semanal me aponta como sendo Segunda-feira, ou Terça-feira, ou a semana inteira. Estou irreconhecívelmente preocupado com essa "transcendência dominical". Se este fato se confirmar, o Domingo se multiplicará e minha existência talvez acabe por se tornar um Domingo para sempre.

Vida? Vida onde? No Domingo? Que Domingo? O da semana ou o que transcende?

Não sei se suportaria.

O fato é que posso escrever sobre meus domingos por uma Era inteira e não se esgotariam eles todos, porque o Domingo é o Infinito das dores - minhas dores - contido em um dia da semana, que transcende e que evolui e não se sabe mais o que será... ou seremos no Domingo, algo além de tudo isso.

Eu estou escrevendo muito mais sobre esse dia, que se repete, independente do número que lhe é atribuído mensalmente. E é um dia peculiar, consegue sempre ser algo de novo, quando toda a sua história nos é familiar.

Eu e o dia Domingo, um dia etéreo, um dia abstrato, um dia que te dá o sopro da dor para lembrares que a morte póde não parecer tão tenebrosa como viver alguns domingos incessantes.

Mas de qualquer forma somos grandes conhecidos,
Eu e minha angústia...
o Domingo e suas perguntas.
- e eu desconfio, assim, sereno por vezes, que ele saiba as respostas...-

Fiquei intrigado com a sensação de que talvez o Domingo seja o portal para o que está por vir, e que nesse porvir, esteja sendo expurgada pela dor nossas fortalezas falsas, nossas estranhas impressões de que somos realmente algo valioso sem ao menos conhecermo-nos por completo.

Domingo... uma mesa, uma bebida, seus pensamentos e a vida.
Permeados pelo silêncio;
Domingo... o infinito da dor.

iCe publicou este post as 01:22