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domingo, julho 06, 2008

 
"Antes do amanhecer"
Este filme é um dos meus favoritos, acho realmente genial, impossível não perceber a maneira engenhosa, criativa e super inteligente como se desenvolve a história de um casual encontro entre duas pessoas desconhecidas, evoluindo através de um flerte para algo mais denso porém simples, na minha opinião, o Amor, assim... tal qual ele deveria ser.

iCe publicou este post as 03:04



sexta-feira, agosto 26, 2005

 
Suportar e escrever...

Este é um daqueles dias em que eu vejo apenas uma saída, talvez ainda que não completa, para suportar a angústia que me invade... escrever. Eu não sei porquê mas minha fé no sentido não só religioso está naufragando em um mar de intolerâncias, percebo então o real e valioso sentido de ser tolerante.

Quem ler este texto perceberá que há uma mistura de dor e culpa em tudo quanto relato, percebo e até mesmo finjo. É contraditória a minha dor e é solitária a minha culpa. Por vezes creio que estou carregando mais peso do que eu poderia suportar, não sei dizer nem mesmo se já me acostumei.

Sempre paguei o preço de um amor tão visceral, pago o preço de amar sem medidas e destas medidas inúmeras vezes tão nocivas diluirem o coração. Minhas emoções desta forma me traduzem anjo, pessoa ou animal...

Sabe aquele dia em que você chega em um lugar onde o horizonte reflete como espelho a sua alma e não há nada ao seu redor? Nada a não ser a areia desértica das suas experiências, o pó irreconhecível de suas antigas verdades, tornadas em uma grande desconstrução.

É um dia trite por coisas que não deveriam ser tão tristes, já que há realidades infinitas vezes piores.

Queria fugir mas não sei pra onde...
É difícil fugir quando o mal está em você.

É como caminhar sem destino e não conseguir se perder... isto tudo é difícil porque você teria que perder... você.

Tenho o obscuro hábito de escrever em minhas fases melancólicas... às vezes acho que não sei escrever quando estou feliz.

As vezes acho que nunca mais gostaria de escrever...
iCe publicou este post as 22:20



sábado, fevereiro 12, 2005

 
...HOPE!
(Esperança)

Este post traz à tona a minha idéia - insistente - de não desistir de escrever neste blog:

* Mesmo que já tenham ocorrido várias situações como esta;
* Mesmo que isso possa ser mais um de muitos " sacode a poeira e dá a volta por cima";
* Mesmo que eu saiba que as coisas sempre mudam;
* Mesmo sabendo que talvez nada do que eu conserte aqui, possa ser consertado na minha vida "lá fora";
* Mesmo que ninguém leia;
* Mesmo que o novelo da vida termine bruscamente e este venha a ser meu destino;
* Mesmo querendo "impossibilidades";
* Mesmo que a imagem que paire sobre minhas palavras seja o significado de outra... Utopia;
* Mesmo eu sabendo que vocês pódem não compreender, mas que até tinha algum sentido;
* Mesmo que as pessoas notem aqui mais os erros de gramática do que os meus erros relatados;
* Mesmo que em algum dia tudo que disser aqui evapore tal qual a água sob sol escaldante;
* Mesmo que pessoas queridas que passaram em minha vida não estejam mais aqui;

* Mesmo que eu nunca saiba onde minhas palavras foram parar e em que corações ela achou abrigo...

... Mesmo que o destino seja o " NADA"

iCe publicou este post as 07:02



domingo, junho 20, 2004

 
A realidade as vezes é mais dura do que parece

Estou com vontade de escrever, de exteriorizar - e porquê não - exorcizar alguns fantasmas que habitam minha alma.

Hoje eu queria estar lendo, estar correndo ao longo do rio, mas a hora não é essa, o motivo que ganha urgência não é este, há gotas de lágrimas por todos os cantos e meus lábios não param de tremer.

De onde vêm aquela estranha vontade de dormir e não acordar mais, como se fosse um coma causado pela realidade. Surgem emoções de nossas entranhas e passam pelo coração, chegando ao nosso cérebro e destruindo a lógica, abusando do raciocínio e depois nos despejando sua ira incontrolável.

Quando estamos bem, falamos aos outros como se deve fazer para estar bem da mesma forma, uma espécie de altruísmo das sensações. Mas como estaremos todos um dia em um mesmo nível de consciência elevada se negamos nossos próprios erros? Disfarçamos nossas verdades, desconversamos a respeito do que carregamos no peito e não há porta de saída para o que temos pra dizer então. Estamos mudos perante tudo, perante todos.

E a realidade o que seria? O prato vazio na mesa de uma pobre criança? A indelicadeza de se negar as tentativas de amor? A insanidade de tirar a vida de um ser humano? O ramalhete de rosas vermelhas jogadas fora e que agora têm um sentido negro perante ao que fora no início? Ainda não sei.

As vezes não tenho com quem conversar sobre tudo isso, todas as pessoas estão distantes e eu não encontro saída para a dor latente. Mas se a realidade, que dura pode parecer, for algo acima disso, eu até entenderia, de alguma forma porque me sinto mal quando termina o domingo.

As vezes a realidade das coisas que nos afligem, das coisas que desnudam nosso corpo frio, não nos deixa aproximar-mo-nos de quem gostariamos de amar muito mais, de ajudar muito mais, de ser um anjo na terra aconteça o que acontecer. Quem decide a nossa sorte hein? Tenho reclamações e elogios a fazer.

Eu gostaria que a realidade jogasse de maneira mais franca e sincera do que de fato ela aparenta quando se mostra dura e implacável. Queria ela mais maleável, mais apta às minhas limitações e mais favorável ao meu crescimento sem cairmos no eterno discurso do "quem faz a hora é você".

Eu quero vida, e quero agora, quero viver e ser vivido de maneira mais intensa.

Se a realidade do mundo me permitir, que seja agora meu triunfo humilde e minha paz interna. Creio que este texto é apenas o começo de uma longa discussão.

Que haja ganhos e não só perdas, que eu modifique o que não poderia ser modificado e que assim saiamos do marasmo cotidiano.

A realidade e eu, uma forma paradoxal circundando o universo, eu de um lado e ela do outro; eu dentro dela e ela dentro de mim me corroendo e me instigando. A realidade humana as vezes persegue, humilha e quebra em pedaços os nossos frágeis ossos.

Somos o fantasma que criamos para nos proteger da realidade ou somos apenas o que somos a partir das consequencias desse contato?

Neste momento eu gostaria de estar modificando realidades, e talvez esteja e não tenha me dado conta disso, mas é tudo tão submerso e escondido, eu quase nem noto. Eu quero mudar a minha realidade, sei que assim estarei mudando tantas outras que se relacionam com a minha, mas não da mesma maneira.

Que se quebrem os paradigmas, que se partam as correntes, que as pessoas todas juntas levem seus corações para a beira dos rios e dos mares e lavem-os de toda podridão social que a vida impregnou-se, que todos assim em comunhão vivam vidas mais felizes, decentes, como um dia alguma criança imaginou enquanto jogava bola na areia da praia sob a chuva que caia de mansinho em seu corpo e refrescava também seu coração;

Quem quiser perseguir esse ideal, apenas me dê a mão...





iCe publicou este post as 15:36




 
Música

Clarisse
Legião Urbana


Estou cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado
Quem diz que me entende nunca quis saber
Aquele menino foi internado numa clínica
Dizem que por falta de atenção dos amigos, das lembranças
Dos sonhos que se configuram tristes e inertes
Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move, não trabalha
E Clarisse está trancada no banheiro
E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete
Deitada no canto, seus tornozelos sangram
E a dor é menor do que parece
Quando ela se corta ela esquece
Que é impossível ter da vida calma e força
Viver em dor, o que ninguém entende
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer
Uma de suas amigas já se foi
Quando mais uma ocorrência policial
Ninguém entende, não me olhe assim
Com este semblante de bom samaritano
Cumprindo o seu dever, como se fosse doente
Como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente
Nada existe prá mim, não tente
Você não sabe e não entende
E quando os anti-depressivos e os calmantes não fazem mais efeito
Clarisse sabe que a loucura está presente
E sente a essência estranha do que é a morte
Mas esse vazio ela conhece muito bem
De quando em quando é um novo tratamento
Mas o mundo continua sempre o mesmo
O medo de voltar prá casa à noite
Os homens que se esfregam nojentos
No caminho de ida e volta da escola
A falta de esperança e o tormento
De saber que nada é justo e pouco é certo
E que estamos destruindo o futuro
E que a maldade anda sempre aqui por perto
A violência e a injustiça que existe
Contra todas as meninas e mulheres
Um mundo onde a verdade é o avesso
E a alegria já não tem mais endereço
Clarisse está trancada em seu quarto
Com seus discos e seus livros, seu descanso
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
E esperam que eu cante como antes
Me trancam na gaiola
Mas um dia eu consigo existir
E vou voar pelo caminho mais bonito
Clarisse só tem 14 anos


iCe publicou este post as 12:39



sexta-feira, junho 18, 2004

 
Música!

Thank u
Alanis Morissette


How about getting off of these antibiotics
How about stopping eating when I'm full up
How about them transparent dangling carrots
How about that ever elusive kudo

Thank you India
Thank you terror
Thank you disillusionment
Thank you frailty
Thank you consequence
Thank you thank you silence

How about me not blaming you for everything
How about me enjoying the moment for once
How about how good it feels to finally forgive you
How about grieving it all one at a time

Thank you India
Thank you terror
Thank you disillusionment
Thank you frailty
Thank you consequence
Thank you thank you silence

The moment I let go of it was
The moment I got more than I could handle
The moment I jumped off of it was
The moment I touched down

How about no longer being masochistic
How about remembering your divinity
How about unabashedly bawling your eyes out
How about not equating death with stopping

Thank you India
Thank you providence
Thank you disillusionment
Thank you nothingness
Thank you clarity
Thank you thank you silence

yeah yeah
ahh ohhh
ahhh ho oh
ahhh ho ohhhhhh
yeaahhhh yeahh

iCe publicou este post as 16:05




 
And you give yourself away

Mesmo que parafraseando no título a famosa música do grupo irlandês U2, with or without you, quero neste texto discorrer sobre um assunto, bom, não é bem um assunto, é uma realidade que nos toca de repente.

As relações humanas se configuram muitas vezes de uma maneira tão crua e tão suja que me levam à angústia de fato.

Quantas vezes não nos diluimos por uma pessoa, quantas vezes não abdicamos dos nossos direitos humanos, de nossas necessidades básicas como respeito e dignidade, a fim de que outrém ao menos note-nos, sinta-nos, e assim caminhamos para o abismo da decepção.
Duas questões me vêem à mente quando penso nisso tudo, porquê insistimos? E porquê não nos valorizamos mais, sem cair no poço nojento do orgulho?

Sou tomado de súbito pela impressão de que somos destinados a sofrer pelos outros e com os outros e não creio que seja assim. Reluto em aceitar o fato que se mostra evidente, nossa deterioração consentida.

Não quero mais assistir da primeira fila ao espetáculo da minha tragédia pessoal, não quero mais de maneira alguma prosseguir essa auto-mutilação psicológica, mesmo que o motivo nobre do amor me faça pensar o contrário.

Não digo que sofrer não é amar, mas posso dizer que amor de maneira nenhuma pode assumir o ato de sofrer como sendo condição mister de si próprio, e isto já está se tornando um paradoxo, meu Deus...

Me vejo muitas vezes na minha vida me esvaziando em função dos outros. Quanta podridão pode sorver a nossa alma? Quão corrompido pode ser nosso coração? Quantos mais teremos que enganar com nossa permissividade a fim de que não sabemos para onde vamos e muito menos o que sentimos?

Estou decepcionado.




iCe publicou este post as 15:23



terça-feira, maio 25, 2004

 
Profecias!

Estava eu em minha carteira quando me deparo com os seguintes dizeres nela escritos:

"Quarta Baxinha ressuscitará... até então está em fase de latência para o mundo."

Temo pelo apocalipse *risos*.


iCe publicou este post as 19:18



domingo, maio 23, 2004

 

Música

Algum Dia
Capital Inicial


Ninguém nunca te disse
Como ser tão imperfeito
Você tem tão pouca chance
De alcançar o seu destino
É fácil fazer parte
De um mundo tão pequeno
Onde amigos invisíveis
Nunca ligam outra vez
Talvez até porque
Ninguém ligue pra você

Se você quer
Que eu feche os olhos
Pra alguém que foi viver
Algum dia lá fora
E nesse dia
Se o mundo acabar
Não vou ligar
Pra aquilo que eu não fiz

Faz muito pouco tempo
Aprendi a aceitar
Quem é dono da verdade
Não é dono de ninguém
Só não se esqueça que atrás
Do veneno das palavras
Sobra só o desespero
De ver tudo mudar
Talvez até porque
Ninguém mude por você

iCe publicou este post as 19:16



quinta-feira, março 04, 2004

 
Welcome Back

Estou retornando a postar aqui neste espaço, visto que solucionei o problema do computador - comprei um novo - sendo assim, ficará mais cômodo para eu escrever, na "tranquilidade" do meu quarto.

Que assim seja...

iCe publicou este post as 14:35



segunda-feira, outubro 06, 2003

 
Esse dia... Domingo.

Tem alguns dias da sua vida que você sabe que serão complicados.
Bom, eu pelo menos sei que o Domingo, - não todo o Domingo, apenas a partir da tarde pro seu fim e noite - o Domingo mesmo meus caros, é terrívelmente impiedoso comigo.

O Domingo, essa figura doce e distinta da semana, que todos nós que possuímos conhecimento do sistema organizador do nosso tempo, rezamos que há um Domingo em cada semana. Eu ainda acho melhor que seja só um mesmo, porque não me imaginaria vivendo dois domingos instituídos oficialmente por semana, seria o caos da minha alma. Mas vivo muitos domingos mesmo assim...

Esse Domingo afável revela-se cruel logo após sua primeira metade, pois ele preocupa-se em fazer certa cerimônia de seus requintes de tortura mental visto que há um certo ar metódico em tudo quanto se qualifica "Domingo".

Eu já estou achando que o lado nefasto do domingo está evoluindo também, pois percebo-me em um "Domingo" muitas vezes quando o calendário semanal me aponta como sendo Segunda-feira, ou Terça-feira, ou a semana inteira. Estou irreconhecívelmente preocupado com essa "transcendência dominical". Se este fato se confirmar, o Domingo se multiplicará e minha existência talvez acabe por se tornar um Domingo para sempre.

Vida? Vida onde? No Domingo? Que Domingo? O da semana ou o que transcende?

Não sei se suportaria.

O fato é que posso escrever sobre meus domingos por uma Era inteira e não se esgotariam eles todos, porque o Domingo é o Infinito das dores - minhas dores - contido em um dia da semana, que transcende e que evolui e não se sabe mais o que será... ou seremos no Domingo, algo além de tudo isso.

Eu estou escrevendo muito mais sobre esse dia, que se repete, independente do número que lhe é atribuído mensalmente. E é um dia peculiar, consegue sempre ser algo de novo, quando toda a sua história nos é familiar.

Eu e o dia Domingo, um dia etéreo, um dia abstrato, um dia que te dá o sopro da dor para lembrares que a morte póde não parecer tão tenebrosa como viver alguns domingos incessantes.

Mas de qualquer forma somos grandes conhecidos,
Eu e minha angústia...
o Domingo e suas perguntas.
- e eu desconfio, assim, sereno por vezes, que ele saiba as respostas...-

Fiquei intrigado com a sensação de que talvez o Domingo seja o portal para o que está por vir, e que nesse porvir, esteja sendo expurgada pela dor nossas fortalezas falsas, nossas estranhas impressões de que somos realmente algo valioso sem ao menos conhecermo-nos por completo.

Domingo... uma mesa, uma bebida, seus pensamentos e a vida.
Permeados pelo silêncio;
Domingo... o infinito da dor.

iCe publicou este post as 01:22



sexta-feira, setembro 19, 2003

 
Música

La Estación

(Herbert Vianna)


Adonde vas ahora
Alguien llama por tu nombre
En la estación
Tiraste tus sueños por la ventana
Dejaste en un papel tu dirección

Yo sé porque lloras
Nunca es fácil tomar la decisión
Alguien te hace falta en la mañana
Y a alguien le rompiste el corazón

Suena otra vez tu nombre
En la estación
Ya non tienes tan claro porque vas
Por que no alcanzas
El tiempo que no pára
Y ahora llena el aire una canción
Quizás tu nueva vida empieza ahora
Del viejo mundo solo una impresión

Quizás no sea el fin de la historia
Quizás nunca dejaste
La Estación


iCe publicou este post as 02:38



quinta-feira, agosto 28, 2003

 
Estar com os sonhos


Estou lúcido, e não quero estar tão lúcido, como estou agora... Como horrívelmente estou agora, mas logo, assim não será mais.

Sinto vontade de escrever mas não consigo - não com a devida intensidade que o momento exige -

Estou prestes a cair em minha cama, sepulcral... e nela ajuntar todos os sonhos, e reuní-los tal qual para uma grandiosa confraternização, onde beberemos algo doce e falaremos tolices como se fossemos as pessoas ou os seres imaginários mais importantes do mundo - ao menos do nosso mundo, particular, mas que já foi mais abrangente -

A lucidez não tardará em ir embora, e assim, deixar-me como um corpo flutuando no berço aquecido ou gélido de uma cama - não saberei mais distinguir a temperatura do outro lado -

Eu e meus sonhos, olhando-nos como velhos amigos, nostálgicos de algo que nem mesmo foi...
O que parece, no entanto, é que mesmo não sendo, existimos e isso talvez tenha sido suficiente...

Passando por tudo isso, observando, meus sonhos sorriem, tristes, sorrisos tristes.

Sinto uma mão em meu ombro que me aponta ao longe, a ampulheta da vida, se esgotando... mais e mais.
Percebo que isto tudo é uma brevidade, e meus sonhos olham esperançosos para mim, como que dizendo:
"Partiremos enfim?"

Eu apenas penso comigo... refletindo tudo até agora... e no meu olhar se ouve:
"Estamos cansados amigos, mas não deveria ter sido tão breve..."

E o relâmpago inconsciente de nossas memórias arrasta-nos para longe... longe de toda essa incompreenssão, longe... além do que chamam de depressão, solidão, e todas as tolices mais que o homem inventou por não conseguir compreender plenitude nenhuma, nem mesmo, a de sua tristeza e muito menos a de seus sonhos.

"Sonhos! Amigos! Estamos em casa outra vez... " - mesmo com um leve pesar no tom da voz -

E ofereço à todos eles um sorriso doce, com o qual se abraçam, choram e sorriem... ao mesmo tempo. Em um lugar onde o tempo, apenas observa, solene, como um pai observa os filhos em um parque antigo, em uma praça antiga... Onde o que menos importa é se o Sol está brilhando ou não.

iCe-bLuE

iCe publicou este post as 22:33




 
Recortes...

"[...] Abram-me todas as portas!
Por força que hei de passar!
Minha senha? Walt Whitman!
Mas não dou senha nenhuma...
Passo sem explicações...
Se for preciso meto dentro as portas....
Sim - eu, franzino e civilizado, meto dentro as portas,
Porque neste momento não sou franzino nem civilizado,
Sou EU, um universo pensante de carne e osso, querendo passar,
E que há de passar por força, porque quando quero passar sou Deus!

Tirem esse lixo da minha frente!
Metam-me em gavetas essas emoções!
Daqui pra fora, políticos, literatos,
Comerciantes pacatos, polícia, meretrizes, souteneurs,
Tudo isso é a letra que mata, não o espírito que dá a vida.
O espírito que dá a vida neste momento sou EU!

Que nenhum filho da... se me atravesse o caminho!
O meu caminho é pelo infinito fora até chegar ao fim!
Se sou capaz de chegar ao fim ou não, não é contigo,
É comigo, com Deus, com o sentido-eu da palavra Infinito...[...]"

ÁLVARO DE CAMPOS
"Saudação à Walt Whitman" [11.06.1915]



#Notas sobre o recorte:

- O recorte trata-se de um breve trecho de um poema extenso, intitulado logo abaixo do texto, como podem notar.

- Para esclarecer, quem ainda não saiba, Álvaro de Campos é um heterônimo criado por Fernando Pessoa. Heterônimos são mais do que pseudônimos, são uma complexidade de vida, de estilo, de história, quando criados por uma mente brilhante como a de Pessoa, ficam ainda mais complexos e belos.

- Finalizando, este trecho do poema de Álvaro de Campos, serve para todos aqueles que acham... ou que podem vir a se achar no direito... de críticar levianamente qualquer texto que eu coloque aqui. Pense bem antes disso, afinal, a levianidade quando não está arraigada na mesmice, está pelo menos tentanto estabelecer raízes dessa maneira... pobre, de ver a vida.

Quem ler - e assim achar que deve - entenda.

É como se eu tivesse traçado uma postura para esse site, com base neste maravilhoso trecho de poema, e na verdade, é justamente isso.

Uma postura de minha parte para o site!

Que assim seja então...pelo menos enquanto durar.


iCe publicou este post as 18:31



terça-feira, agosto 26, 2003

 
Problemas técnicos foram solucionados...

O meu grande amigo Jafar, solucionou, nesta tarde, o problema dos comentários que estavam com "preguiça" de contarem quantos eram, e assim, deixar divulgado, caso novos deles surgissem. *risos*.

Agora, poderemos conferir, sempre que possível, se alguém respondeu aquele nosso comentário feito em determinado post, apenas observando se o número de comentários aumentou. Ou então, poderemos ver comentários novos, sabendo que eles estão lá, e não adivinhando-os, como tivemos que fazer, por um tempo.

Jafar, novamente, meus agradecimentos.

iCe publicou este post as 16:17




 
Como foi prometido, caso fosse solicitado, eis a tradução...

Um noturno sobre o dia de Sta. Lúcia, sendo o dia mais curto.

É a meia-noite do ano, e também a do dia
De Lúcia, que só por escassas sete horas se desmascara,
O Sol se esgotou, e agora os seus frascos
Irradiam chispas de luz, nunca raios constantes;
A seiva do mundo inteiro se esvaiu;
O bálsamo universal a terra hidrópica sugou,
Para onde, como para os pés da cama, a vida se recolhe,
Morta e enterrada; no entanto, tudo isso parece rir,
Comparado a mim, que sou o seu Epitáfio.

Observem-me bem, pois, vocês que serão amantes
No próximo mundo, ou melhor, na próxima Primavera:
Pois sou tudo o que existe de morto,
Em quem o amor forjou nova Alquimia.
Pois sua arte consegue extrair
Uma quintessência até do nada,
De privações aborrecidas e do vazio escasso:
Ele me arruinou e fui recriado
De ausência, escuridão, morte; coisas que não são.

Todos os outros, de todas as coisas, tiram tudo o que é bom,
Vida, alma, forma, espírito, por isso os têm em seu ser;
Eu, por obra do alambique do amor, sou o túmulo
De tudo, o que é nada. Muitas vezes nós dois
Choramos dilúvios de lágrimas, e assim
Afogamos o mundo inteiro, nós dois; muitas vezes
Transformamo-nos em dois Caos, quando mostramos
Interesse por outras coisas; e muitas vezes as ausências
Arrastaram nossas almas, e fizeram de nós duas carcaças.

Mas com a morte dela, (palavra que não lhe faz jus)
Sou, do primeiro nada, o Elixir desenvolvido;
Fosse eu um homem, que é isso que eu sou
Eu precisaria saber: seria capaz de escolher,
Se um animal eu fosse,
Meios e fins; Mesmo plantas, mesmo pedras odeiam
E amam; Tudo, tudo investe alguma propriedade;
Se eu fosse um nada comum, como uma sombra,
Uma luz e um corpo em algum lugar haveriam de estar.

Mas não sou Nada disso; e nem o meu Sol se renovará.
Vocês amantes, pelo bem de quem o sol menor
Entra nessa época na casa da Cabra
Para buscar nova luxúria e dá-la a vocês,
Aproveitem, todos, o seu verão;
Já que ela goza os festejos da sua noite longa,
Que eu me prepare para ela, e que dedique
Essa hora à sua Vigília e a sua Véspera, já que esta
É a meia-noite profunda do ano e do dia.

JOHN DONNE

Tradução: Sonia Moreira


Obs:
Caso interesse à alguém uma breve análise desse poema de Donne, manifestem-se, e eu procurarei estar atendendo ao pedido, buscando por uma análise interessante, de um bom crítico literário, para nossa própria apreciação.
Assim, possamos todos apreciar um pouco mais além o poema, do que em sua face crua e distante, que ao menos quem não conhece a história da vida de J.Donne, poderá percebê-lo dessa forma.
Mas interpretações, mesmo distantes, são interpretações válidas e importantes, porque não? Constróem significados, e mudam realidades, internas ou externas, seja como for.

abraços.

iCe publicou este post as 15:53




 
Problemas técnicos

Pessoal...

Estou com problemas com os "comments", comentários, eles não estão contando quantos comentários há em cada post, pelo menos aqui em meu navegador (IE 5.5).

Portanto, espero que vocês abram os "Adicione um comentário" de posts antigos, pois respondí algumas coisas, e não aparece que foi alterado, mas se você abrir estará o texto lá.

Continuem comentando, receberei comentários da melhor maneira possível, e tentarei responder a todos, nos próprios "comments".
Em breve espero ter solucionado este problema... enquanto isso, eu fico clicando em todos os posts para ver sempre se há algo de novo, têm sido divertido porém cansativo, para mim ao menos.

Abraços.

iCe publicou este post as 00:17




 
Akasha, alguém que comenta aqui...

Minha cara Akasha,

Suas interpretações do texto em parte foram impertinentes...por favor, atribuir à minha pessoa o ato de construír "redomas ao meu redor" - pleonasmo - ? Com base nesse texto? ...
Há uma esfera em todos, uma esfera que nos define como subjetivos, pois havía de ter algo para balisar o subjetivo (o exterior balisa o interior), o interior, me referí ao interior como sendo uma esfera, apenas isso.
Todos - até o momento eu acredito - têm sua esfera interior, de repente até mesmo os cães têm, e não consigam transmití-la, de maneira coordenada e simbólicamente complexa como a nossa.
Os cães têm sua própria esfera talvez, que lhes faz assumir a posição de "ser cão", "ser animal", ser identificado e categorizado como algo que possa ser discernido, com características comuns à toda uma espécie, dita "cães".

Redoma nenhuma eu construo. Redomas exístem naqueles filmes de "ficção científica", onde colonizam Marte ou plutão *risos!*, e então fazem uma redoma, para manter o oxigênio concentrado para que possa haver possibilidade de habitar alí de maneira um pouco mais "solta". *risos!*.

Não consigo crêr que identifique dessa maneira, "construír redomas", isso foi rótulo demais e isso não me interessa, seria uma maneira diminutiva de me observar.

Perguntou se eu não estava construíndo quando me dou a liberdade de desconstruir-me.
Isso foi óbvio, quem destrói algo, constrói o que não havia até então, por consequência. Mas eu focalizei o outro aspecto concomitante apenas, acho que essa foi uma pergunta que não tinha razão de ser, mas se foi para conferir se eu sabia do que estava falando, então... concedo à pergunta algo de pertinente, mas se for assim, serei eu questionado o tempo todo aqui? *risos!*

Questionem a sí mesmos quando leêm o que está aqui, o trabalho de refletir que eu faço, está escrito, má interpretação do que eu digo póde acontecer, mas será que não daria para ser um pouquinho mais sútil ? - estou usando de eufemismo será? - Me sinto um tolo quando respondo questionamentos um tanto quanto retóricos, óbvios, e eu já expliquei porque eles o são... acima.

Mas Akasha, eu iria mais longe no diálogo contigo, caso não pairasse sobre minha mente a idéia de quem você seja de fato.
Se for quem eu estou pensando, chegue até minha pessoa e diga-me. Do contrário, dificilmente continuarei a comentar suas idéias a meu respeito.

Caso a sombra de dúvida passe, no caso, sejas de fato uma pessoa alheia ao meu convívio, ou então que revele-se quem eu estou pensando que é...aí então comentarei com mais zelo o que disser, se assim achar que devo proceder.

De qualquer outra forma, manterei minha posição, irredutível.

Para finalizar, outro erro de interpretação, e no caso caiu em um rótulo de uma suposta sinceridade.
Você leu a frase e a julgou de uma maneira que parece que eu afirmo, mas se você ler com mais atenção, verás que a dúvida nunca abandonou a frase, apesar do "até então". Verifique por si própria.

Mas você disse isso e agora paira a dúvida no ar mais intensa ainda. Meu objetivo, não foi a pessoa pensar que eu estaria sendo sincero naquele momento não viu?

Será que eu teria sído sincero?

No final do seu comentário parece que você compreendou o sentido da dúvida, sobre a sinceridade ou não ter sido alcançada. Mas ficou paradoxal, não sei se essa foi a sua intenção, ficou uma contradição.

Revele-se, não gosto de comentar com pessoas próximas demais, que de repente precisariam usar outra máscara para falar comigo. Isso não foi uma afirmação arbitrária, é questão de princípios meus.

Essa "regra" acima não vale para quem realmente não convive em lugar nenhum comigo.

Sendo totalmente desconhecida, ou conhecida, lógicamente, e em alguns casos parcialmente, porém suspeitosamente conhecida? No, thanks ! Sejamos transparentes, quando assim podemos ser...

Mas caso minhas suspeitas se confirmem, não houve oportunidade para que você venha me dizer que é Akasha, pois não nos encontramos mais, mas isso será resolvido não é?
De qualquer outro modo eu estaria sendo injusto com você.
Digo que estaria sendo injusto, pois não há obrigação da sua parte de expôr-se na internet, mas como já disse, se for quem eu penso faltou oportunidade.

Se houver que ser esclarecido, será...
De qualquer modo, tudo isso passará...brevemente.

Pessoas realmente desconhecidas, atentem para o que eu digo, comentem à vontade.
Pessoas conhecidas, façam-me saber que estão lendo meu blog, por favor, hehe. Pessoas desconhecidas, um dia podemos vir a nos conhecer, o Tempo, que é Guardião dos Acontecimentos, o sabe.

Sem mais...

.

iCe publicou este post as 00:03



domingo, agosto 24, 2003

 
Recortes

A nocturnall upon S. Lucies day, being The shortest day.

Tis the yeares midnight, and it is the dayes
Lucies, who scarce seaven houres herself unmaskes,
The Sunne is spent, and now his flasks
Send forth light squibs, no constant rayes;
The worlds whole sap is sunke
The generall balmeth'hydroptique earth hath drunk
Wither, as to the beds-feet, life is shrunke,
Dead and enterr'd ; yet akk these seeme to laugh,
Compar'd with mee, who am their Epitaph.

Study me then, you who shall lovers bee
At the next world, that is, at the next Spring:
For I am every dead thing,
In Whom love wrought new Alchimie.
For his art did expresse
A Quintessence even from nothingnesse,
From dull privations, and leane emptinesse:
He ruin'd mee, and I am re-begot
Of absence, darknesse , death; things wich are not.

All others, from all things, draw all that's good,
Life, soule, forme, spirit, whence they beeing have;
I, by loves limbecke, am the grave
Of all, that's nothing. Oft a flood.
Have wee two wept, and so
Drownd the whole world, us two; oft did we grow
To be Chaosses, when we did show
Care to ought else; and often absences
Withdrew our soules, and made us carcasses.

But I am by her death, (wich words wrong her)
Of the first nothing, the Elixer grow;
Were I am a man, that I were one,
I needs must know: I should preferre,
If I were any beast,
Some ends, some means; Yea plants, yea stone detest,
And love; All, all some properties invest;
If I an ordinary nothing were,
As shadow, a light, and body must be here.

But I am None; nor will my sunne renew.
You lovers, for whose sake, the lesser Sunne
At this time to the Goat is runne
To fetch new lust, and give it to you,
Enjoy your summer all:
Since shee enjoys her long nights festivall,
Let mee prepare towards her, and let mee call
this houre her Vigill, and her Eve, since this
Both the yeares, and the dayes deep midnight is.

JOHN DONNE


- Notas sobre o poema (as notas, óbviamente, são de minha autoria):

Como você por certo observa ao longo do texto, o inglês utilizado é o britânico e extremamente erudito, além do que, segundo Helen Gardner, este poema provalmente deve ter sido escrito logo após 1607 (segundo estudiosos), época esta, em que a língua inglesa ainda não havia sido padronizada devidamente.Para que isso ocorra é necessário um procedimento adequado na elaboração de um dicionário, que se dará somente em 1755, quando o Dr. Samuel Johnson publicará seu Dicionário da língua Inglesa.

Eu estou me dando o trabalho de explicar tudo isso pois, não gostaria de que pessoas "entendidas" em inglês viessem reclamar de palavras contidas no texto de maneira supostamente errada (um absurdo, pois é apenas rebuscada e antiga, das primícias da linguagem inglesa).

Palavras como "mee" (com dois "E"), apenas como exemplo, e até mesmo nocturnall, com duas letras "L" em seu final, todos esses exemplos são e sempre serão as primícias da língua inglesa, porém com a padronização posterior, cairam em desuso. Há algumas expressões e palavras mais, que você não encontrará no inglês atual ou então no inglês não-erudito, e John Donne antes de tudo, era um erudito em sua máxima essência.

Agradeço ao suporte dado por Andrew Moore, o qual obtive contato através de pesquisas sobre a poesia de DONNE.

Dedico este poema, não pela sua mensagem, pela sua significação enquanto poema, mas pela beleza de poder aprender sempre mais, à minha professora de língua inglesa, com a qual eu conversei sobre estas minhas "descobertas" e que também se interessou sobre o assunto naquele momento. Teacher, grande abraço.

Também quero dedicar este poema à todo o pessoal da WIZARD IDIOMAS, unidade de Brusque, aos quais sou muito grato pelo carinho e atenção dispensados à minha pessoa sempre que compareço às aulas, e até mesmo por telefone! *risos*.

E você que leu o poema, teve alguma dificuldade com o inglês rebuscado, ou então deseja a tradução dele publicada aqui neste site... manifeste-se nos comments (Adicione um comentário) e eu terei o maior prazer de fazê-lo, pelo simples fato de partilhar conhecimento com quem deseja realmente tê-lo em sí, em sua essência mais íntima, em sua essência descompromissada de qualquer entidade egoísta e mesquinha de ser, de ser humano.

Um grande abraço.

iCe publicou este post as 10:51



quarta-feira, agosto 20, 2003

 
Info

Apenas para esclarecer, caso não esteja tão explícito, como eu acho que está;
Os posts que estiverem com o título (negrito) "Recortes", são como citações
que faço de alguns autores, e têm seus nomes devidamente colocados após o
texto, em letras capitais geralmente. Pode parecer óbvio, mas apenas como lembrete, tolo lembrete, mas um lembrete em si.


iCe publicou este post as 22:42




 
Escrevo reflexos

Vou começar a escrever... - já comecei... - estou acanhado, sem-jeito, em uma finitude de atitude, que resulta em um embaraço para escrever. Uma infiníta constelação de pensamentos, que por capricho do destino, do ser, do ser e estar nessa condição, condição de ter algo que não existe - acho que já me vi assim...tríste -.

Mesmo com a vida esmagada entre a razão do sofrer e o porquê da busca, da busca de viver, estou aqui escrevendo a sensação. Escrever a sensação está sendo portar-se como um tolo, que pensa, que pensa que o que é etéreo poderia adquirir corpo e solução consistente.

E vejam só, há uma série de planos na estante, mas não tenho estante... então os guardo por aqui mesmo, por aqui longe, longe do que pode ser feito... de imediato. E há tantos que questionam, e há tantos que se quer sabem porque questionam ou a força que os move, de repente, como controle automático.
[ Não que esteja eu afirmando que o saiba, mas apenas que a angústia não difere, as reações sim, estas diferem e não há mais mérito em uma do que em outra, pois ainda não - e talvez nunca haverá - um paradigma que nos condene por esta aflição do poder]

Há uma força? Ou há uma Força? Perguntam-se... Estou com sono, e nisso tudo, talvez durma. Em todos a confusão, em todos há a confusão de fazer algo, mas não saber em plenitude alguma - se é que há tipos diferentes de plenitude, se fosse uma aposta, jogaria minhas fichas que não... - se está fazendo isso por instinto ou por qualquer outra coisa que seja o oposto, semelhante porém desigual, análogo ou qualquer outro nome conceitual, que se possa atribuir à causa.

Mas eu falei algo desconexo? Estou com sono mesmo... dormir pode ser a resposta de tudo isso, quem o sabe? Para quem citou os questionadores, estou sendo questionador demais, e às vezes dou risadas disso tudo, mas muitas vezes eu paro, eu paro e fico assim, girando dentro de minha esfera, sentindo que nem tudo me interessa lá fora, mas há também muitos espectros desagradáveis vagando, errantes, aqui dentro.

Tem horas, tem dias, tem "eras" aqui dentro, em que eu gostaria de ser mais sincero do que sou, até mesmo do que eu nunca tenha sido até então. Porém, há alguns espectros bons de minha pessoa, que vagam por perto e dentro, e no infinito dessa escuridão, que me impedem. Mesmo que no momento, eu me veja em uma finitude do meu ser - posso vir a discordar disso mais tarde, sobre a tal finitude do meu ser -, sou levado a crer que está difícil acreditar, está cada vez mais pesado estar por aqui.

Eu fico olhando esse meu texto, ao qual escrevo óbviamente, lógicamente, - pleonasmo ou não, mas sentí vontade de ressaltar, e minha vontade me basta - e fico observando-o de longe, como se não fosse meu.
Sentindo-o abstrato, e pasmem, abstrato com e da razão que me rege, que me tira a sanidade e que me joga em um quarto profundo, escuro, ao qual somente meus espectros me distraem. É o texto da descontrução, da abstração do ser, da finitude/infinitude de existir.

Carrego comigo um punhado de lógicas regradas de justiça, e uma incerteza do que realmente isso significa, e até mesmo para quê servirá um dia.

Eu sei, há tristeza em todo canto... sempre haverá, até que um dia ela nos baste, até o momento estamos assim... insaciáveis de angústia, e não por estar blefando, o ser humano, um ser que existe, é insaciável de angústia e desespero enquanto vive, enquanto o sol reflete em suas retinas as cores do mundo todo e até do mais cinzento lugar...
O homem desesperado e angústiado vive, e quando não mais houver a angústia, talvez não haverá mais o homem, pelo simples processo de existir...e se angústiar por isso.

iCe publicou este post as 17:03



quinta-feira, julho 17, 2003

 
Recortes...

REGRAS E RESTRIÇÕES

Embora antipática,
Aprenda gramática;
Capriche no traço,
Cante no compasso.
Seja empreendedor
E madrugador,
Na manhã que brilha
Ande umas seis milhas,
Sempre com um sorriso
Pronto a abrir-se em riso.
Tome chá, não café;
Nunca masque chiclé.
Coma pão com queijo.
Evite gaguejos.
Gaste seu dinheiro,
Mas ganhe-o primeiro.
Feche (sem bater)
as portas. Beber ?
Álcool nunca, só água.
Mas só entre na água
Se souber nadar.
Comporte-se ao jantar:
Não coma a vela acesa.
Feche com firmeza
O trinco da cancela
Sem dar um chute nela.
Fale sem restrições
Com os seus botões.
Mande o canário às favas
Acredite em fadas.
Trate com jeito
Os amigos do peito
E seja grosseiro
Com forasteiros.



LEWIS CARROL

Tradução: José Paulo Paes


iCe publicou este post as 04:29